Jardins Verticais: Qual a sua origem e aplicação?
O contacto com a Natureza é cada vez mais um luxo, nos dias de hoje. Com o aumento e expansão das áreas urbanas, o espaço e as opções viáveis de pontos verdes tornam-se cada vez mais reduzidos. Este cenário impõe desafios à integração de elementos naturais no quotidiano urbano, onde a densidade populacional e a infraestrutura dominam a paisagem.
Os Jardins Verticais emergem como uma alternativa interessante a considerar quando pretendemos criar um ambiente natural e prazeroso em locais com espaço reduzido, como varandas ou terraços urbanos.
A falta de espaço deixa, assim, de ser um impedimento para quem sempre quis ter um jardim. Esta é uma solução criativa que promete trazer a beleza da Natureza para o seu quotidiano, sem precisar de fazer muitos quilómetros ou comprar uma habitação com muito espaço exterior.
Origem
Com origem na França, o conceito de um jardim que desafia as leis da gravidade e se estende pela vertical surgiu pelas mãos do designer Patrick Blanc na década de 80.
Foi durante uma viagem à Tailândia que Patrick haveria de começar a considerar esta versão nunca trabalhada.
Observando que as plantas têm a capacidade de crescer em variados locais e orientações, necessitando apenas de uma fonte de nutrição permanente e suficiente, Blanc pôs imediatamente em consideração a invenção de uma nova estrutura ajardinada.
Através do estudo de um circuito de recirculação fechada com água de irrigação e nutrientes, aliado ao uso de vegetação local, cria em 1986 o primeiro jardim vertical público na Cité des Sciences, em Paris.
O que é um Jardim Vertical?
Também conhecido como “parede verde”, um Jardim Vertical é uma aplicação paisagística em paredes (externas ou internas) de edifícios, estando estas cobertas por vegetação de vários tipos.
Estas estruturas verticais têm que ser passíveis de permitir o crescimento destas plantas na vertical, através de sistemas que dão suporte e lhes fazem chegar os nutrientes necessários para o seu equilibrado desenvolvimento.
Mais do que simples elementos decorativos, os jardins verticais têm o poder de transformar espaços urbanos, adicionando vitalidade e ligando as pessoas à natureza em ambientes muitas vezes carentes de áreas verdes.
A sua versatilidade permite adaptações a diferentes estilos arquitetónicos e necessidades específicas, contribuindo para a criação de ambientes mais saudáveis e harmoniosos.
Benefícios da sua utilização
Apesar de, geralmente, serem idealizados como aplicações ornamentais devido à sua beleza, estas estruturas podem também ter vários outros benefícios associados.
Para além de aumentarem os níveis de oxigénio, como esperado, são também uma fonte de purificação do ambiente que os rodeia, redução da temperatura e estímulo da biodiversidade na envolvente.
Um jardim atua como um purificador natural. Ao absorver os agentes poluentes e libertando oxigénio, melhora a qualidade do ar. Assim, ao ajudar na redução dos efeitos das emissões de carbono e consequente poluição, melhora a qualidade e humidade do ar.
A vegetação aplicada nestes espaços age como uma barreira natural contra as ondas de calor potenciadas pelas estruturas urbanas, compostas essencialmente por cimento e alcatrão. Capta assim o ar quente apenas para si, promovendo o isolamento térmico do edifício. Em consequência, o isolamento acústico é também melhorado.
Um jardim vertical é, ainda, refúgio para a vida selvagem urbana, podendo oferecer abrigo e alimento base para aves e insetos polinizadores. Potenciando a biodiversidade no mundo citadino. Essa interação entre a vegetação e a fauna urbana cria ecossistemas microscópicos que ajudam a equilibrar o ambiente e a promover a sustentabilidade nas áreas urbanas.
Elementos a considerar
Antes de iniciar a construção de um Jardim Vertical, existem variadas questões que devem ser consideradas e ainda ponderadas. Por se tratar de um estrutura ajardinada diferente das horizontais, alguns dos seus componentes de integração e aplicação serão diferentes dos habituais.
É importante planear cuidadosamente cada aspeto do projeto para garantir um resultado final agradável e duradouro.
- Local de aplicação
O primeiro tema a considerar é, obviamente, o local de instalação do jardim. Apesar de atualmente ser cada vez mais possível trabalhar este tipo de jardins em variados tipos de paredes, é importante analisar se o local que tem em mente pode comportar com esta técnica, tanto a nível de suporte como de acesso a rega.
Em termos de localização, recomenda-se varandas e terraços para espaços exteriores e áreas mais abertas, como salas e escritórios, para o interior. A escolha do local adequado desempenha um papel crucial no sucesso do jardim vertical.
No que diz respeito a questões logísticas, é relevante avaliar o espaço disponível, assim como as necessidades das plantas a integrar. Geralmente, terá que ser uma área bem iluminada e com bastante ventilação natural.
A quantidade de luz solar direta e indireta que o local recebe ao longo do dia é um fator determinante na escolha das plantas a serem utilizadas e na sua capacidade de se desenvolverem de forma saudável. Além disso, uma boa circulação de ar é essencial para evitar problemas como a acumulação de humidade e o desenvolvimento de doenças nas plantas.
- Estruturação necessária
Escolhido local, torna-se essencial analisar a forma como irão ser aplicadas as plantas no espaço definido. Dependendo do tipo de parede e sistema de aplicação, antes de aplicar a estrutura, poderá ser necessário preparar a mesma para suportar o novo jardim vertical. Questões como a impermeabilização ou limpeza são passos importantes a desempenhar antes mesmo de considerar a aplicação de plantas.
A preparação da parede é fundamental para garantir uma base sólida e duradoura para o jardim vertical. Se a parede não estiver adequadamente impermeabilizada, pode ocorrer vazamento de água e danos à estrutura do edifício ao longo do tempo. Além disso, uma superfície limpa e lisa proporciona uma melhor aderência para os materiais de fixação e reduz o risco de problemas de saúde das plantas, como pragas e doenças.
Para além disso, o sistema de irrigação deverá ser sempre ponderado aquando desta etapa, para que se evitem surpresas futuras na hora de pensar no modo de rega da sua parede verde. A escolha do sistema de irrigação adequado é crucial para garantir que as plantas recebam água e nutrientes na quantidade e frequência necessárias para o seu crescimento saudável.
Ao planear o sistema de irrigação, tenha em consideração fatores como o tipo de plantas utilizadas, o clima local e a disponibilidade de água. Um sistema bem projetado e instalado pode fazer toda a diferença no sucesso do seu jardim vertical a longo prazo.
- Plantas a escolher
Antes de iniciar a criação do seu jardim vertical, existe um último tópico a avaliar: as espécies de plantas a incluir no projeto. Neste ponto, duas questões são muito importantes para determinar qual a vegetação a ser escolhida: a iluminação do local onde estará o jardim vertical e a disponibilidade de recursos hídricos.
Dependendo destas questões, teremos listas de espécies apropriadas diferentes.
Se a exposição solar for suficiente, deveremos considerar espécies que não só tenham esta necessidade, mas que também possam aguentar maiores períodos de seca/calor. Se estivermos a falar de um espaço interior, a disponibilidade solar altera-se, acontecendo o mesmo para paredes onde o sol não bate tão diretamente ou não durante tanto tempo (meia-sombra). Nestes locais, devemos optar por plantas com menores necessidades solares.
O mesmo se aplica para as necessidades hídricas destas. Conforme a sua disponibilidade para providenciar mais ou menos água para as plantas no Jardim Vertical, dever-se-á optar por espécies com necessidades ajustadas a essa capacidade.
Para além disso, lembre-se que apenas deverão ser escolhidas plantas cuja raiz possa crescer verticalmente. Uma vez que o espaço é reduzido, o ideal é que sejam mesmo espécies de raiz pequena, para que o seu projeto possa comportar mais vegetação.
Plantas com sistemas radiculares agressivos podem competir por espaço e nutrientes, comprometendo o crescimento saudável de outras plantas no jardim vertical. Optar por plantas com raízes verticais e não invasivas é essencial para garantir o sucesso a longo prazo do seu jardim vertical.
Conclusão
Emergindo como uma tendência no design de jardins, estas construções verticais trazem vida até a altos prédios citadinos. A monotonia dos cenários urbanos é assim quebrada através da implementação destas paredes "vivas”. No exterior ou até no interior, são soluções ideais para quem o espaço livre é escasso e a Natureza imprescindível.
Para além de trazerem a Natureza para a sua casa de forma excecional, purificam o ar, atuando como filtros naturais. Os jardins verticais não apenas adicionam beleza estética, mas também melhoram a qualidade do ar que respiramos e proporcionam um ambiente mais saudável e agradável para se viver e trabalhar.
Se considera que um Jardim Vertical é a solução perfeita para o seu pequeno espaço, fale connosco. Somos especialistas em tornar cada cantinho mais verde e natural, seja qual for o espaço.
A nossa equipa está preparada para o ajudar a criar um jardim vertical personalizado que atenda as suas necessidades e gostos individuais, transformando o seu ambiente num oásis de tranquilidade e beleza natural.