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Oliveiras no Paisagismo: Beleza Natural e Biodiversidade

Com uma história milenar profundamente enraizada, as oliveiras desempenham um papel de destaque na cultura e agricultura do Mediterrâneo desde tempos imemoriais. Atualmente, a importância das oliveiras no paisagismo é indiscutível.

Acredita-se que o cultivo das oliveiras teve início na região de Anatólia, atual Turquia, há mais de 6000 anos, marcando o início de uma trajetória que moldaria civilizações antigas.

Classificadas no género Olea, as oliveiras destacam-se, sobretudo, pela espécie Olea europaea, produtora das apreciadas azeitonas. Originárias do Mediterrâneo, estas árvores são cultivadas primordialmente pelos seus frutos, que desempenham papéis centrais na produção de azeite de oliva e de azeitonas de mesa.

A resiliência das oliveiras face a condições climáticas adversas, como solos pobres e climas secos e quentes, é notável. O seu florescimento encontra terreno fértil em climas mediterrâneos, onde a escassez de chuvas e solos pedregosos não são obstáculos, mas sim elementos propulsores. Com uma longevidade surpreendente, algumas oliveiras podem testemunhar séculos de história.

Para além do seu valor económico na produção de azeite e azeitonas, estas árvores carregam consigo um simbolismo profundo em diversas culturas. Na mitologia grega, a deusa Atena está intrinsecamente ligada à oliveira, sendo esta considerada um presente inestimável para a humanidade. As oliveiras também assumem papéis simbólicos de paz e sabedoria em várias tradições culturais.

Aplicação das oliveiras no paisagismo

As oliveiras desempenham um papel de destaque no paisagismo, sendo escolhas populares devido à sua estética única e capacidade de se adaptarem a várias condições climáticas. Estas árvores conferem um charme distintivo aos espaços paisagísticos, com troncos retorcidos e folhas prateadas que acrescentam elegância e rusticidade.

Para além do aspeto visual, as oliveiras são frequentemente utilizadas para criar áreas de sombra em jardins, pátios ou zonas de descanso, beneficiando-se da forma das suas copas e da densidade das folhas. A sua origem mediterrânea faz delas escolhas ideais para projetos paisagísticos que procuram capturar a atmosfera característica desta região.

Em espaços mais restritos, como pátios ou varandas, as oliveiras em vasos são uma opção prática, aproveitando o crescimento lento da árvore e a sua capacidade de se adaptar a recipientes. Além disso, a resistência das oliveiras a condições climáticas adversas torna-as ideais para locais onde se procura uma vegetação de baixa manutenção.

Integrar oliveiras em telhados verdes ou em coberturas é uma abordagem que não só contribui para a estética, mas também para a sustentabilidade ambiental. A versatilidade destas árvores permite a sua utilização em diferentes contextos, desde jardins temáticos, como os de inspiração mediterrânea, até a criação de ambientes específicos, como aqueles encontrados em jardins de estilo grego.

Ao escolher incorporar oliveiras em projetos de paisagismo, é fundamental considerar as necessidades específicas da espécie, garantindo uma manutenção adequada para o seu desenvolvimento saudável. Desta forma, as oliveiras não apenas embelezam os espaços, mas também acrescentam um toque de resistência e durabilidade ao cenário paisagístico.

Aqui estão algumas das aplicações comuns das oliveiras no paisagismo:

  • Aparência ornamental
  • Árvores de sombra
  • Paisagens mediterrâneas
  • Oliveiras em vasos
  • Jardins temáticos

Paisagens e jardins autóctones

Paisagens autóctones são definidas por áreas geográficas que englobam plantas, animais e ecossistemas nativos. Nos jardins autóctones, a ênfase recai na promoção e preservação da biodiversidade local, através do uso de plantas e elementos paisagísticos próprios do local.

Alguns dos principais benefícios destes jardins incluem:

  • Conservação da biodiversidade
  • Manutenção dos ecossistemas locais 
  • São mais resistentes a pragas e doenças

Os jardins autóctones podem incluir oliveiras, especialmente em regiões onde estas árvores são nativas. Vamos explicar melhor esta relação:

Adaptação ao clima e solo

Os arquitetos paisagistas podem aproveitar a adaptabilidade natural das oliveiras ao solo e ao clima.

Biodiversidade e ecossistemas naturais

Ao escolher plantar oliveiras nativas da região em jardins autóctones, os projetos paisagísticos contribuem para a conservação da biodiversidade local.

Sustentabilidade ambiental

Plantar oliveiras em jardins autóctones contribui para a sustentabilidade, uma vez que estas árvores exigem menos recursos de água e fertilizantes do que plantas exóticas.

Identidade e estética

Além dos diversos benefícios ecológicos, as oliveiras acrescentam uma dimensão estética e uma sensação de pertença regional aos jardins autóctones.

Em suma, integrar oliveiras em jardins autóctones é uma prática que não apenas promove a sustentabilidade e a biodiversidade, mas também valoriza as características naturais e culturais específicas de uma região.

Principais características das oliveiras

Folhagem peculiar e tronco retorcido

As oliveiras, árvores notáveis pela produção de azeitonas e azeite de oliva, possuem características distintas que as tornam únicas. A sua folhagem, de cor verde-cinza prateado na parte superior e mais clara na inferior, contribui para a aparência peculiar da árvore. O tronco retorcido, resultante do crescimento lento e da adaptação a condições climáticas adversas, é uma característica marcante.

Produzem as azeitonas

Estas árvores são reconhecidas pelos frutos que produzem, as azeitonas, variando em cor conforme o grau de maturação. Além de serem utilizadas na produção de azeite de oliva, as azeitonas também são consumidas diretamente ou em diversas preparações culinárias.

Adaptam-se facilmente a condições adversas 

A notável resistência das oliveiras a condições climáticas adversas, como solos pobres e climas secos, é uma das suas características distintivas. Podendo viver por séculos, o crescimento lento contribui para a formação do tronco retorcido e da estrutura única da árvore.

São constituídas por flores pequenas e brancas

Com flores pequenas e brancas agrupadas em inflorescências, as oliveiras desempenham um papel crucial no processo de polinização e no desenvolvimento dos frutos. Apesar de serem originárias do Mediterrâneo, as oliveiras são cultivadas em todo o mundo, especialmente em regiões com climas mediterrâneos, como Espanha, Itália, Grécia e Portugal.

São cultivadas globalmente, com valor económico e cultural

Para além do seu valor económico, as oliveiras têm significados simbólicos em diversas culturas, associadas à paz, sabedoria e fertilidade. Estas características fazem das oliveiras não apenas importantes do ponto de vista agrícola, mas também contribuem para o seu apelo estético e simbólico em várias partes do globo.

Oliveiras: quais são as variedades existentes em Portugal?

A diversidade de climas e solos em Portugal permite o cultivo de diferentes tipos de oliveiras, resultando em azeites com características únicas e distintas em várias regiões. No país, encontram-se referenciadas 65 variedades de oliveira (dados de 2023).

Algumas das principais variedades incluem:

Galega

Uma das mais comuns, produz azeite com sabor frutado e ligeiramente amargo. É predominante na região do Alentejo.

Cobrançosa

Conhecida pelo seu azeita com aroma fresco e frutado, é cultivada em várias regiões do país, incluindo o Douro e Trás-os-Montes.

Verdeal

Cultivada principalmente no Alentejo, o seu azeite tende a ser suave, com notas de erva e maçã.

Cordovil

Produz azeites robustos e intensos, com um travo a picante. É cultivada em várias regiões, como o Alentejo e o Ribatejo.

Madural

Presente nas regiões do Ribatejo e Estremadura, produz azeite com notas de frutas maduras e um ligeiro sabor amargo.

Maçanilha

Cultivada em várias regiões do país, produz azeites equilibrados com notas de amêndoa e maçã.

Carrasquenha

Mais comum no Alentejo, tem um sabor frutado e ligeiramente amargo.

Estas são apenas algumas das variedades de oliveiras presentes em Portugal. azeite de oliva português é reconhecido internacionalmente pela sua qualidade e diversidade de sabores.

Qual é a oliveira mais antiga em Portugal?

A oliveira mais antiga em Portugal é a “Oliveira do Mouchão”, com cerca de 3350 anos. 

É considerada a árvore mais antiga em Portugal, de acordo com um método científico desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). 

O seu perímetro à volta do peito é de cerca de 6,5 metros e para a abraçar são necessárias cinco pessoas. Apesar desta idade avançada, ainda produz azeitonas.

Conclusão

Atualmente, o cultivo de oliveiras transcende as fronteiras do Mediterrâneo, expandindo-se por regiões como a Europa, a América do Norte, a Austrália e a África do Sul. Este legado milenar continua a prosperar, alimentando-se da resiliência e da riqueza cultural que as oliveiras oferecem em várias partes do mundo.